quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um pouco de história

Desde os tempos mais remotos, é conhecida a utilização de ervas na cura de diversos tipos de doenças. O homem, pela própria necessidade e a carência de outras fontes, sempre buscou na natureza a solução de seus males.

 “Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remédio seja o teu alimento” – esta frase, atribuída a um escritor grego desconhecido, foi registrada há mais de 3 mil anos, sendo uma das provas mais antigas de que comida e cura estão relacionadas desde os primórdios. 

Desta forma, não se sabe a data precisa do início da utilização das plantas sob a forma medicinal, pois a sua história se entrelaça diretamente à própria história da humanidade, acumulando um conhecimento de milhares de anos. 

Tem-se que o tratamento com remédios de origem vegetal começou na Índia. Acredita-se que depois a técnica tenha viajado para a China. Ainda hoje, entretanto, a China é conhecida como o país com mais longa e ininterrupta tradição nas ervas. Isto porque, em 2698 A.C., o Imperador Shen Nung, ao morrer, deixa registrado na sua obra "Cânone das Ervas" 252 plantas com funçõesmedicinais, muitas ainda em uso. Este conhecimento continuou sendo utilizado no país e, no século VII, o governo da dinastia Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revisão do Cânone de Ervas. Em 1578, Li Shizhen completou seu "Compêndio de Matéria Médica", onde relacionou 1800 substâncias medicinais e 11.000 receitas de compostos.

O conhecimento das propriedades curativas das ervas foi se espalhando então pelo Oriente Médio. Placas de barro de 3.000 AC registram importações de ervas para a Babilônia (trocas com a China aconteceram por volta de 2.000 AC). A farmacopéia babilônia abrangia cerca de 1400 plantas. Pergaminhos egípcios com citações de determinadas ervas ficaram de herança para os gregos e mais tarde, para os romanos. Os Papiros de Ebers do Egito foram um dos herbários mais antigos que se têm conhecimento, datando de 1550 A.C., e ainda estão em exibição no Museu de Leipzig. A própria arte de embalsamar cadáveres, desenvolvida por eles, também compreendia o uso de diversas plantas medicinais. Nesta mesma época, médicos indianos desenvolviam avançadas técnicas cirúrgicas e de diagnóstico, e usavam centenas de ervas nos seus tratamentos. A importância dada às ervas pelos hindus era tanta que eles as consideravam filhas da mãe-terra; cada uma delas era marcada por uma divindade e digna de todo o respeito.
Grécia: Já no século XIII A.C. um curandeiro chamado Asclépio, grande conhecedor de ervas, concebeu um sistema de curas, com tratamentos baseados em banhos, jejuns e chás. Os templos de cura se popularizaram e Asclépio foi deificado. Seiscentos anos depois, Tales de Mileto e Pitágoras compilaram essas receitas. Na verdade, os gregos adquiriram seus conhecimentos de ervas na Índia, Babilônia, Egito e até na China. Tais conhecimentos resultaram no “Corpus Hipocratium”, um estudo feito por Hipócrates, que cita um remédio diferente para cada doença e qual seria o seu tratamento.

Na Europa, os progressos em relação a um maior conhecimento das propriedades das ervas foram dificultados pelas Instituições Religiosas, que condenavam a aprendizagem científica, e encaravam a doença como um castigo. A utilização das ervas era reduzida aos mosteiros e curandeiros isolados. Por outro lado, nesta época se destaca a Pérsia, onde havia um grande incentivo aos estudos da medicina, com os médicos gregos sendo traduzidos para o árabe.
Renascimento: Nesta época, século XV, houve uma retomada aos estudos das propriedades medicinais das ervas, a partir da observação dos remédios a base de plantas já utilizados na época. Entretanto, as mulheres eram proibidas de estudar, e os curandeiros populares eram considerados hereges.


A primeira referência ao uso de ervas medicinais na América é o Manuscrito Badanius, o herbário asteca, do século XVI. Acredita-se, portanto, que as ervas eram utilizadas por muitas tribos indígenas da América do Sul. No Brasil, desde da época do descobrimento, os colonizadores observavam e anotavam o uso freqüente de ervas pelos Índios.



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